By C.C
15
O piquenique corria às mil maravilhas quando
Danny, Tatsu e Kaname aparecem.
Kaname tinha emprestado umas luvas a Tatsu
para esconder as marcas das cordas que o tinham estado a atar à cadeira.
- Aleluia! O que é que vos aconteceu? -
Explode Nala ao vê-los aproximar-se.
- Desculpem, mas é que nós encontramo-nos e
ficamos a conversar. Perdemos a noção do tempo. - Explica-se Kaname mostrando
um dos seus melhores e mais convincentes sorrisos.
Mémé olhava para ele. A sua admiração por ele
aumentava. Queria tanto poder falar-lhe, estar com ele. Mas sempre que ganhava
coragem para o fazer as palavras morriam-lhe na boca instantes depois.
Katya por contrário, dividia os olhares entre
os três recém chegados. Aquilo tudo era muito estranho. Das conversas que ela
conseguira apanhar quando estavam juntos tinha ficado com a impressão de que
Danny não gostava de Kaname e que Tatsu também não o apreciava muito. Além
disso, porque é que Tatsu estava de luvas numa tarde de calor como aquela?
- Tatsu-kun, posso falar contigo? - Katya
levanta-se encarando Kaname que olhava atentamente para ela.
- Agora?
- Sim.
Tatsu começa a afastar-se e Katya segue-o.
Quando entram no quarto dela, ela nem o deixa
falar.
- O que aconteceu?
Tatsu é de tal modo apanhado de surpresa que
fica sem palavras.
- Então? E não me mintas. Eu sei que se passou
alguma coisa.
Tatsu solta um largo suspiro e começa a tirar
as luvas.
Nos pulsos, haviam pulseiras de sangue seco no
sítio onde as cordas rasparam.
- O que é isso? - Notava-se um tom de
preocupação na voz de Katya. - Estiveste amarrado?
- Eu não posso contar. Desculpa...
- Porquê?
- Desculpa.
- Tudo bem. Eu respeito o teu silêncio. Posso
ao menos tratar dessas feridas?
Um tanto relutante, Tatsu acaba por aceitar.
A enfermaria da escola estava sempre aberta e
o sensei normalmente estava na sala de professores a mandar conversa fora, por
isso quando alguém se aleijava sem gravidade ia o próprio fazer o curativo.
Tatsu e Katya entram. Ela pede para ele se
sentar na cama enquanto ela procura a caixa dos primeiros socorros.
- Ao menos sabes o que estás a fazer?
- Sei. O meu pai era médico.
Ela aproxima-se com um frasco de água
oxigenada, algodão, uma pomada e ligaduras.
- O teu pai era médico? Já não é? - Pergunta
Tatsu enquanto Katya lhe limpava as feridas.
- Não. Morreu.
Tatsu encarava-a apesar dela nem sequer olhar
para ele. Estava concentrada nas feridas e em embrulhar as ligaduras.
- Isso foi há muito tempo?
Ela pára de enrolar a ligadura.
- Algum. - e continua.
- E a tua mãe?
- Não sei. Nunca a conheci.
- Então, estás sozinha?
- Com os meus avós. Pronto, já está.
- Obrigado. - Tatsu analisa as ligaduras.
Estavam bem apertadas e já não lhe doía. Mas desconfiava de que a tesoura
tivesse chegado a furar a perna. Sentia dor e as calças tinham uma mancha de
sangue que ele tentava esconder.
- Vamos? - Pergunta Katya ao vê-lo especado na
cama. - Por acaso tens mais alguma ferida?
- Não.
- Onde?
- Já disse que não.
Ela olha para a mão na perna dele.
- Tira daí a mão.
- Porquê?
- Tira!
Ele faz o que ela manda.
- Tira as calças.
- O quê?
- Se não tirares eu vou buscar o Hiron.
- Isso não.
- Então... Estou à espera.
- Mas...
- Ok. - Katya tira o telemóvel do bolso e
começa a digitar. - Está a chamar.
Tatsu levanta-se e rouba-lhe o telemóvel.
- Eu tiro.
Apenas em boxers e camisa, Tatsu olhava em
volta enquanto Katya analisava o pequeno buraco na sua perna.
- Foi espetado? - Pergunta ela.
- Sim.
Ela olha-o mas não insiste.
Depois do curativo feito e de Tatsu já
vestido, Katya dirige-se à porta.
- Vou indo. E só para saberes eu não cheguei a
ligar.
1 Comentários de "Uma escola especial - Décimo quinto"
Bacana a Katya tratando das feridas do Tatsu...^^"
Obrigado por comentarem. O Jornal Anime agradece. Estão no meu kokoro o.<