Zona Obscura - Trigésimo oitavo

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(Para quem quiser recordar o último capítulo aqui)

38 - Emergência Instalada

  Ser chamado à mansão de Black já é algo invulgar mas ser chamado e encontrar aquele tipo de pessoas todas reunidas com certeza chocaria qualquer um, até mesmo Íncubo.
  Estava a fazer a sua pausa que antecedia aos preparativos para a noite quando uma das enfermeiras entrou na sua sala assustada e quase a chorar. O seu primeiro pensamento foi consolar a pobre rapariga até que se dá conta que não estão sozinhos. Seis homens carregando o que parecia ser um caixão encontravam-se na sala de espera.

  - Doutor, viemos em nome da Informadora. É favor realizar a autópsia deste corpo e ir entregar o relatório à mansão de Black o mais depressa possível.
  Adotando o seu ar profissional Íncubo abre o caixão. Segundo o que ouvira aquele devia ser o membro de Green que estava desaparecido.
  - Um morto sorridente?
  Agora já na sala que lhe haviam indicado na mansão de Black os olhos do médico percorriam os presentes. É Dan o primeiro a dirigir-lhe a palavra:
  - Obrigado por vi doutor. Sente-se, a sua avaliação é muito bem-vinda.
  O homem senta-se numa das cadeiras livres à volta da mesa.
  - O que descobriste? - Sam encara-o impaciente.
  - Antes devo dizer que quem fez o trabalho foi bastante cruel, flor. A causa de morte foi sem dúvida aquele corte diagonal no tronco. Pelas marcas deixadas diria que foi provocado por uma lâmina dentada...
  - Motosserra? - Interrompe Kenji.
  - Possivelmente. Além disso o corpo continha vários hematomas e escoriações com dois ou três dias e alguns ossos partidos.
  - Qual é a sua opinião doutor? - Pergunta Dan com um ar sério.
  - Não tenho certezas mas acho que ele foi torturado por dois a três dias e quando deixou de ser útil ou se recusou a falar mataram-no.
  - Ele recusou-se a falar. - Sakai Ryu puxa a atenção para si.
  - Como sabe General? - O médico olha-o. Parecia a primeira vez que via Sakai tão sério.
  - Ele estava a sorrir.
  O silêncio instala-se. Na verdade a atenção, por detrás das cortinas, estava centrada na Informadora. Demasiado quieta, demasiado calada, demasiado sombria. A morte de Kadam afetara-a muito.
  Ninguém tinha coragem de falar. Passaram-se alguns minutos até que o Supremo faz sinal a Dan. O homem ouve com atenção o que o chefe lhe comunica.
  - Senhores, esta reunião está terminada. Informadora, gostaríamos que chamasse os chefes das vilas, vamos realizar uma reunião de emergência.
***
  Já passava das duas da manhã quando Sam terminou de avisar todos os chefes sobre a reunião de emergência do dia seguinte. Por precaução Kenji acompanhara-a nas visitas, especialmente a Green. Naquele momento Bernard estava insuportável. Se o mundo acabasse com certeza culparia a Informadora, e infelizmente não estava assim tão longe da verdade.
  Antes de irem para casa acharam por bem passar pelo bar neutro. Era preciso mandar arranjar a parede.
  O Ferrari vermelho esperava pacientemente ao pé do White Bar. Assim que Raven mete os olhos em quem procurava sai do carro e vai até eles.
  - Informadora!
  Sam olha na direção da serial killer.
  - Temos de falar.
  - Agora não Raven.
  A mulher mete-se em frente à Informadora barrando-lhe a passagem. Não ia deixá-la escapar, por essa razão retira a placa que tirara da caixa de Sakai Ryu do bolso e mostra-a.
  - O que é isso? - Sam não pareceu surpreendida.
  - É teu não é?
  Com um suspiro a dona do bar abre a porta do estabelecimento:
  - Entra.

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