Zasshu (Hibridos)


1 - A revelação

  Os carros nestavam a postos. Um Ferrari vermelho e um Porshe preto estavam lado a lado à espera do sinal da partida.
  Uma rapariga mete-se entre os carros. De braços no ar, a multidão à sua volta espera impaciente.
  3, 2, 1 e a rapariga baixa os braços.
  Os carros arrancam em alta velocidade.
  A corrida estava quase a terminar quando o Porshe preto derrapa e caputa. Começa a sair fumo e minutos depois o carro explode.
  Mais minutos passam e chega a policia, bombeiros e ambulância. Já sem esperanças de retirarem o condutor vivo, os bombeiros desmantelam o carro.
  Tal não é o espanto quando veêm no lugar do condutor um rapaz nu sem qualquer vestigio de ferimento ou queimadura.
  Levam-no para o hospital. O seu nome era Marco Costa e tinha 19 anos. Mas na sua verdadeira identificação dizia:
  "Nome: Takeshi Kira"
  "Data de nascimento: 02/08/1852"
  Já no hospital Kira dormia. Uma rapariga de cabelo preto e olhos azuis observava-o sentada na ponta da cama.
  Ele abre os olhos e encara-a.
  - Tu? O que fazes aqui?
  - Ora, ora... Vejo que ainda estás vivo. Pergunto-me o que andas a tentar provar.
  - Não me respondes-te.
  - Queres saber o que faço aqui? Vim limpar a tua porcaria! Achas fácil explicar como é que alguém sobrevive a um acidente em que o carro explode e o condutor sai completamente ileso!
  - Eu não te pedi nada. - diz amuado.
  - És parvo! Eu estou farta de ter de vir aqui para resolver as tuas coisas. Este é o último aviso, ou páras de fazer estas criancices ou vais para o sitio onde devias estar.
  - Foste tu que me deste aquele contrato.
  - Sabes Kira, arrependo-me todos os dias por isso. Foste a minha maior desilusão.
  - Como assim?
  - Dei-te uma vida em troca da tua alma mas sabes, todos os dias quando olho para ela me arrependo. É uma alma pura que devia estar no Céu e não aqui. E tu... Esse corpo já devia ser terra.
  - E ela estava no Céu. Até me expulsarem.
  - Eu salvei-te de seres mandado para o Inferno. Devias agradecer-me e não fazeres o que fazes.
  - Como eu já disse, não te pedi nada.
  - Que assim seja. Podes esperar por uma próxima visita minha em breve.
  - Vai e não voltes, demónio! - grita Kira.
  - Enganas-te. Sou Hibrida. - E dizendo isto a rapariga desaparece.

2 - Beneficio da dúvida

  Depois de sair do hospital a rapariga entra noutro mundo.
  Chega a uma sala com janelas enorme e azulejo aos quadrados no chão e nas paredes.
  A sala estava deserta... Apenas num canto encontrava-se um cadeirão com uma figura lá sentada. Tinha um jornal à frente da cara por isso não dava para ver como ou quem era.
  A rapariga faz uma vénia:
  - Mestre.
  Sem baixar o jornal uma voz masculina fala:
  - Night Eyes, que novidades tens para vires até aqui?
  - Ele voltou a causar problemas Mestre.
  - Ele? Referes-te...
  - Sim. Takeshi Kira.
  Faz-se silêncio.
  O jornal mexe-se um pouco.
  - Parece que não está contente com a sua situação.
  - Mestre, por o corpo dele ser imortal ele anda a abusar do poder que tem. O que pensa fazer?
  - Bom... Eu sempre achei que um dia ele ia mentalizar-se que tu eras a sua heroina e como agradecimento assentasse.
  Night Eyes senta-se numa cadeira que surgiu do nada.
  - O que pretende fazer?
  - Por enquanto nada. Pede ao Duf que o vigie e se acontecer alguma coisa então tu intervens.
  Night Eyes levanta-se.
  - Como desejar. - faz uma vénia e sai da sala.
***
  Kira, ou Marco como era chamado agora, recebeu alta do hospital e regressou a casa.
  No momento em que se senta no sofá depois de tomar banho e vestir roupa lavada a campainha toca.
  Aborrecido, levanta-se e vai até à porta. Quando a abre uma rapariga agarra-se ao seu pescoço.
  - Oh meus Deus Marco, ainda bem que não te magoaste. Eu soube o que aconteceu, foi um milagre.
  "Pensei que a metida tivesse tratado do que aconreceu. Será que fez de propósito?", pensa Kira enquanto a rapariga continuava a falar.
  - Eu estou bem Sónia. Já me podes largar.
  - Mesmo?
  -Sim.
  Sónia era a filha do senhorio do prédio onde Kira morava.
  Sentado à janela estava Duf. Observava a situação com os seus olhos escarlate a brilharem com a luz do sol como duas figueiras. Era essa a razão de lhe chamarem Scarlet Devil.
  Todos os Hibridos tinham um nome que os caracterizava.
  Como sabem hibridos são pessoas que são, normalmente, de duas raças diferentes. Estes Hibridos são hibridos por serem o simbolo da união de um membro de uma espécie com outro de outra espécie.
  Duf Scarlet Devil era meio demónio meio vampiro.
  Kira sente uma presença e vira-se para a janela. Não vê nada, mas a impressão de estar a ser observado não desaparece.
  "Se tivesse a minha alma... Neste estado sou um alvo fácil!", pensa.
  Sónia diz que vai preparar-lhe um lanche e dirige-se à cozinha.
  Kira vai até à janela.
  Duf torna-se visivel. Era um rapaz de cabelo branco e olhos escarlate com uns calções e uma t-shirt. Parecia ter 7/8 anos.
  - Quem és tu? - pergunta Kira.
  - Yo, Takeshi Kira.
  - Como é que sabes o meu nome?
  O relógio da igrja da vila bate as 17:00 horas.
  - Ups, tenho de ir. A "Noite"* manda-te cumprimentos. - e salta da janela do 5º andar.
  Quando Kira olha para baixo só vê um morcego com os mesmos olhos do rapaz a afastar-se. Fecha a janela e senta-se no sofá suspirando.

*Duf referia-se a Night Eyes (Noite = Night).

3 - Discipulos

  A sala, anteriormente vazia, possuia agora no centro uma mesa redonda com oito cadeiras à sua volta.
  A maior e mais impunente estava vazia, a do seu lado direito estava ocupada por um homem dos seus 25 anos, com um fato parecido ao de um mordomo.
  Ao longe um rapaz aproxima-se.
  - Desculpem o atraso.
  - Parece que estamos todos. Vamos dar inicio à reunião. - declara o homem vestido de mordomo.
  As sete pessoas presentes metem-se de pé.
  - Belzebu Jr. - o homem vestido de mordomo tira uma faca com gravuras do bolso. - Demon.
  A reunião tinha começado. Deak, ou Belzebu Jr. como era mais conhecido, era o Mestre dos Hibridos. Cada Hibrido tem uma arma que o caracteriza, tal como o nome, e cada arma tem também o seu nome. As armas eram apresentadas no inicio de cada reunião para que a reunião fosse aceite pelo Deus da Escuridão, ou simplesmente conhecido por Lúcifer. As armas tinham sido forjadas no Inferno e tinham nelas uma consciência na qual residia os poderes das mesmas.
  - Night Eyes. - a já conhecida rapariga, meio anjo meio demónio, o prodigio de Lúcifer, mete uma katana de lâmina negra na mesa. - Izanagi*.
  - Scarlet Devil. - Duf coloca um ring blade na mesa. - Blood.
  - Sickle Twilight. - Uma rapariga loura vestida de forma bastante formal mete uma foice em cima da mesa. O nome dela era Tenshi e era Hibrida de shinigami e demónio. - Pain.
  - God Magic. - Era um rapaz de cabelo azulado. As suas roupas faziam lembrar os filmes de feiticeiros, algo como Merlin. Pousou um arco e flecha na mesa. O seu nome era Ramon, Hibrido de bruxo e demónio. - Light.
  - Princess Ghost. - Uma rapariga de cabelo branco que quando se olhava fixamente parecia quase transparente. Meteu na mesa duas elbow blades. O seu nome era Yuyuko e era Hibrida de fantasma e de demónio. - Fénix.
  Por último um rapaz de cabelo cinza e um ar bastante despreocupado com uma caveira na cabeça e a tatuagem de um M no pescoço mete na mesa uma pistola. Era uma 9mm Beretta 92F**, um exemplar magnifico. Toda preta mas parecia que de vez em quando se viam fagulhas a voarem nela.
  - Raven Hell. - chamava-se Shi e era Hibrido de yatagarasu*** e demónio. - Hell fire.
  Com todas as armas dispostas na mesa um brilho roxo espalha-se pela sala. A reunião foi aprovada.

*Baseei-me na katana do personagem Kuroto Hourai do anime Uragiri wo boku no namae wo shitteiru (até lhe dei o mesmo nome).
**Baseei-me na pistola que a personagem Revi do anime Black Lagoon usa.
***Corvo do inferno. São os guardiãos das chamas do Inferno.

4 - Reunião

  - Convoquei esta reunião a mando do Pai. Ele tem uma coisa para vos transmitir. - Começa Deak.
  - Mas Mestre, se é tão importante para ser necessário uma reunião, porque é que ele não veio? - Pergunta Tenshi.
  - Ele está ocupado esta noite.
  - Eu também sou ocupado e vim. - Diz Ramon com o seu ar convencido.
  Night Eyes detestava-o. Era convencido e tinha inveja de tudo o que fosse melhor do que ele. Simplesmente achava-se um deus.
  - Se não estás contente podes sair. Falta não fazes. - Interrompe Night Eyes.
  Ramon vira-se para ela.
  - E tu Night Eyes? - Pronuncia o nome com sarcasmo. - Não devias estar a tomar conta do teu anjinho?
  Ela levanta-se e pega na Izanagi apontando-a ao pescoço de Ramon.
  - Voltas a tocar nesse assunto e a última  coisa que vais ver é o teu sangue a sair da garganta.
  Deak e Duf tentam acalmar Night Eyes enquanto Tenshi repreende Ramon.
  - Criança. - Comenta Yuyuko a referir-se a Ramon.
  Yuyuko tinha uma personalidade muito peculiar. Odiava confusão, mas se fosse preciso matar não hesitava. Estava a maior parte do tempo calada e quando falava era sempre em tom sério e frases ou observações diretas. Respeitava imenso Night Eyes e apesar de não fazer transparecer tinha uma grande simpatia por ela. Como tal, também odiava o feitio de Ramon.
  Depois dos ânimos calmos a reunião continua.
  - Meninos, o que eu tenho para vos comunicar não vai ser de ânimo leve. - Afirma Deak com ar sério. - Foi vos solicitada uma missão de assassinato.
  Os Hibridos ficam tensos.
  - Como assim? - Expõe Duf a duvida de todos.
  - Parece que um antigo amigo nosso voltou. - Deak faz um gesto com a mão.
  - Amigo? - Yuyuko.
  - Sim. - Deak tira uma foto do bolso e atira-a para a mesa.
  Ramon é o primeiro a pegar-lhe.
  - Não conheço.
  A fotografia passa pelo resto dos membros e ninguém reconhece a pessoa, até que chega a vez de Night Eyes ver.
  - Mestre, por acaso este seria...
  - Sim. Vejo que te recordas dele Night Eyes.
  - Como é que haveria de esquecer. - Ela levanta-se e puxa o lenço que trazia sempre ao pescoço para baixo. - Ele deixou-me esta bela recordação.
  Por baixo do lenço encontrava-se uma cicatriz vermelha que se prolongava por todo o pescoço. Parecia bastante antiga.
  - Sakuya-sama, onde fez isso? - Pergunta Yuyuko preocupada.
  - Night! De onde é que essa cicatriz veio?! - Exalta-se Duf.
  Ramon diz algo em voz baixa. Shi, que até agora não tinha dito uma palavra, pela primeira vez, expressa-se:
  - Foi daquela vez?
  - Oh, também te lembras Shi. - Diz Deak.
  - Lembro-me do acontecimento, não da pessoa.
  - Clark Werewolf. - Declara Night Eyes.
  Todos começam a comentar. À muito tempo que os Lobisomens tinham desaparecido daquelas terras.
  A razão pela qual só Shi, Night Eyes e Deak se lembrarem de Clark é que os outros Hibridos ainda não tinham sido encontrados.
  - Diga-me Mestre, o que é que eu ganho por matar esse rafeiro? - Pergunta Ramon.
  - Sem ser o maravilhoso prazer de matar um Lobisomen? - Responde ironicamente Deak.
  - Sim. Sem ser isso.
  - Um recompensa do Pai.
  Voltaram a ficar tensos. Lucifer nunca, mas nunca dava recompensas. Ele era do genero de gostar mais de receber do que dar.
  - Bom, é tudo. Darei os detalhes amanhã. A reunião está terminada. - Anuncia Deak tirando a sua faca.
  Os Hibridos fazem o mesmo e retiram as suas armas da mesa.
  À porta da sala, Deak vira-se para os discipulos e como se aquela reunião nunca tivesse acontecido, pergunta descontraido:
  - Vou jantar fora, alguém quer vir?
  - Se o Mestre pagar eu aceito. - Sorri Duf.
  Deak olha para os restantes.
  - Não posso. Tenho imensos compromissos. As pessoas importantes são ocupadas. - Diz Ramon enquanto se aproxima da porta. - Até mais.
  - Desculpe Mestre, mas tenho coisas a tratar. Fica para a próxima. - Night Eyes.
  - E eu acompanho a Sakuya-sama. - Yuyuko.
  - Eu vou. O Mestre deve-me um jantar. - Afirma Tenshi piscando o olho.
  Deak olha para Shi.
  - E tu Shi?
  Ele olha para um relógio de parede.
  - Não. Ao contrário de vocês eu trabalho.
  Shi desaparece numa onde de chamas.
  - Bom, parece que somos só nós Mestre. Eu vou querer ramen. - Fala Duf dirigindo-se à porta.
  - E eu sushi. - Acrescenta Tenshi.
  - Meninos, eu...
  - Depressa! - Duf e Tenshi empurram Deak enquanto ele tenta safar-se de pagar o jantar.

5 - Memórias do passado

  Night Eyes e Yuyuko encontravam-se numa biblioteca antiga com tantos livros quantas teias de aranha.
  - Sakuya-sama porque é que viemos à biblioteca do Submundo? - Pergunta Yuyuko.
  - Preciso de um livro de invocações.
  - Invocações?
  - Sim, tenho de falar com o meu pai.
  Yuyuko franze o sobrolho.
  - O seu pai não é um anjo?
  - É. Por isso é que preciso do livro. Eu não posso ir ao Céu.
  - Mas... Isso é proibido!
  Night Eyes encara Yuyuko.
  - Ou estás comigo ou podes ir.
  Yuyuko assume uma expressão séria.
  - Já devia saber que eu nunca a abandonaria. - Diz Yuyuko estendendo um livro na direção de Night Eyes.
  Night Eyes sorri e começa a desfolhar o livro.
  - Temos um problema. - Afirma.
  - Qual?
  - Precisamos de um intermediário para abrir o portal. Um anjo caído.
  - Será que podemos usar o Takeshi Kira? - Sugere Yuyuko.
  - O Kira? Mas para isso preciso de lhe devolver a alma. E não sei se o Clark merece tanto esforço.
  - O Clark? Afinal para que quer falar com o seu pai?
  Night Eyes senta-se num banco de pedra perto das instantes de livros de magia negra.
  - Porque ele sabe onde está o Clark e  sou eu que o vou matar!
  Yuyuko senta-se ao lado de Night Eyes e faz sinal para que ela comece a falar.
  - Foi à muito tempo. Tinha encontrado o Mestre recentemente e tinha convencido o Shi a ir comigo. Naquela época os Lobisomens eram aliados do Inferno e como tal o Clark era o companheiro do Mestre. - Night Eyes olha para o teto da biblioteca como se estivesse lá a passar o filme da sua vida. - Passou-se algum tempo e eu e o Clark tornámo-nos amigos. Até que um dia, ninguém sabe porquê, os Lobisomens abandonaram o contrato com o Inferno e aliaram-se a si mesmos. Como vingança atacaram o Céu dizendo que era a mando de Lúcifer. É óbvio que ele não se ficou, atacou os Lobisomens, o que quase provocou a sua extinsão. Durante essa batalha eu lutei com o Clark e ele fez-me esta cicatriz. Apesar de ferida venci-o e em sinal de tréguas com o Céu entreguei-o aos Arcanjos. Foi a última vez que o vi. Se ele voltou é porque o Céu autorizou e eu quero saber a razão!
  Yuyuko tinha ouvido tudo e agora reflectia o assunto.
  - Sakuya-sama, e se fizer um novo contrato. A alma dele em troca de ajuda e da sua lealdade.
  - Estás a falar do Kira?
  Yuyuko acena afirmativamente.
  Night Eyes solta uma pequena gargalhada.
  - Ele nunca se vai aliar a mim.
  - Nem pela sua alma?
  Night Eyes às vezes ficava espantada com Yuyuko. À quase 300 anos que a conhecia e ainda ficava pasmada com algumas das suas observações.
  - Deves ter razão. Vamos até lá.
  E assim, com o livro de invocações, partem até ao Mundo Humano.
  Destino: Casa de Takeshi Kira.

6 - Proposta

  Kira estava sentado no sofá a ver televisão e comer pipocas quando sente uma brisa invadir a sala.
  "Estranho, a janela não está aberta.", pensa.
  Eram quase 00:00h mas Kira não se importava, nem sequer gostava de dormir. Fazia-o sentir-se vulnerável e desprotegido.
  - Boa noite. - Diz Night Eyes detrás dele.
  Kira levanta-se abruptamente.
  - O que fazes aqui? - Olha para Yuyuko. - Quem é ela?
  - Não sejas mal educado. É a Yuyuko.
  - Yuyuko Princess Ghost. - Apresenta-se Yuyuko.
  - Também és um demónio?
  - Já disse para não ofenderes as pessoas. Viemos aqui para te fazer uma proposta. - Afirma Night Eyes.
  Kira senta-se e, contra-vontade, convida-as a sentarem-se. Elas aceitam e sentam-se.
  - Que proposta é que tens para me fazer? - Pergunta Kira sem rodeios.
  - Vou direita ao assunto. - Night Eyes pousa o livro de invocações na mesa à sua frente. - A minha proposta é a seguinte: Eu devolvo-te a tua alma se...
  - Tinha de haver um "se". - Interrompe Kira.
  - Queres ouvir ou não? Podemos ir embora se não estiveres interessado. - Desafia Night Eyes.
  Kira consente e faz sinal para ela continuar.
  - Como eu estava a dizer, devolvo-te a tua alma se me jurares lealdade e me ajudares a abrir um portal para o Céu.
  Kira que bebia um copo de sumo, engasga-se e cospe tudo fora.
  - O quê? Estás louca?!
  - Não.
  Yuyuko abre o livro na página da invocação de um anjo e estende-o a Kira.
  - Como podes ver preciso de um anjo caido para abrir o portal e tu és o unico que conheço.
  - Não. Nem pensar! Primeiro não quero ter nada a ver com o Céu e segundo, nunca te juraria lealdade.
  Night Eyes levanta-se e encara Kira.
  - Ou me ajudas ou vais ter a tua alma presa num frasco para o resto da eternidade. E olha que isso é muito tempo.
  - E quem é que me garante que estás a falar a sério?
  - Porque mentiria? Não me servia de nada.
  - E o Inferno? Quando eu tiver a minha alma eles vêm buscar-me!
  - Medricas. - Comenta Yuyuko.
  Kira olha-a de soslaio.
  - Deixa isso comigo. - Assegura Night Eyes.
  Kira vai até à janela. Aquela noite parecia tão nostálgica. Não se via uma única estrela no céu, só alguma nuvens e a lua cheia de um tom azulado, tal e qual a noite em que caira à quase 200 anos atrás.
  Night Eyes e Yuyuko esperavam anciosa e desesperadamente. Até que Kira se vira para elas:
  - Muito bem. Eu ajudo-vos, mas depois disso desapareço.
  - Tens de jurar lealdade à Night Eyes-sama, lembras-te? - Relembra Yuyuko.
  - Tudo bem, se isso me fizer recuperar a minha alma.
  - Juramento de Sangue. - Realça Yuyuko.
  - Tudo bem. - Suspira Kira.
  Night Eyes pega no livro e afirma:
  - Então vamos preparar tudo.

7 - Sangue do Céu ou do Inferno

  A sala era escura, uma mesa retangular de pedra com velas em toda a volta e um pentagrama no centro encontrava-se no centro da sala.
  Eles entram.
  Yuyuko começa a acender as velas enquanto Night Eyes pousa o livro na mesa.
  - Como é que vamos fazer? - Pergunta Kira desconfiado.
  - Primeiro a tua alma, depois o juramento e por fim a invocação. - Enumera Night Eyes.
  - Está pronto. - Avisa Yuyuko depois de terminar a sua tarefa.
  Night Eyes fecha os olhos e começa a entoar frases em latim.
  Uma brisa quente e um aroma a sofrimento e dor invadem a sala.
  - Senhores do Submundo, pelo poder que detenho, libertem o que me pertence e devolvam-no a este mundo.
  Uma luz ofuscante instala-se e quando desaparece uma caixa dourada flutuava por cima das cabeças deles.
  Night Eyes pega nela.
  - A minha alma está aí? - Kira avança para a caixa.
  - Sim. Mas antes tens de prometer que depois de a teres não vais fugir nem tentar nada contra nós. - Avisa Night Eyes.
  Kira promete sem sequer pensar duas vezes e Night Eyes dá-lhe a caixa.
  Ele abre-a e Night Eyes e Yuyuko são projetadas contra a parede. A pressão da diferença de poderes era tão grande que elas ficaram ajoelhadas a ofegar.
  Quando voltaram a abrir os olhos Kira estava completamente diferente. As semelhanças com Lúcifer eram tantas que por momentos Night Eyes jurava que estava perante o seu Padrinho.
  Kira possuia umas asas de anjo negras, simbolo de ser um anjo caído e parecia ter perdido anos de idade e de existência.
  Quando avista Night Eyes e Yuyuko ajoelhadas no chão corre até elas.
  - Estão bem?
  Yuyuko levanta a face. No lugar dos olhos estavam apenas as órbitas vazias. Os seus olhos tinham ardido*.
  Night Eyes escorria sangue do nariz, talvez o facto de ser metade anjo tenho evitado danos maiores.
  - Seu... - Yuyuko saca de uma das suas elbow blades e dirige-se a Kira.
  - Calma. - Night Eyes pára-a enquanto limpa o sangue do nariz com a palma da mão. - Foi culpa minha, eu devia ter previsto isto.
  - Eu posso curar-te. - Oferece-se Kira.
  - Não quero a tua ajuda!
  - Yuyuko guarda a arma e deixa-o curar-te.
  - Mas Sakuya-sama, tu podes fazê-lo.
  - Eu sei, mas vou fazer vários rituais e tenho de poupar energia. Por favor.
  Yuyuko cede e autoriza Kira a aproximar-se. Ele dispõe uma mão sobre as órbitas vazias de Yuyuko e quando a tira os olhos voltam a estar lá como se nunca tivessem ardido.
  - Agradeço. - Diz Yuyuko.
  Night Eyes encontrava-se perto da mesa de pedra e desenrolava um papiro velho.
  Kira aproxima-se. No papiro estavam inscritos vários simbolos antigos.
  Night Eyes olha para ele:
  - Quando quiseres.
  Kira puxa a manga da camisola para cima:
  - Agora.
  Night Eyes eleva as mãos no ar.
  - Sebhor das Trevas, dono do sofrimento do mundo, invoco-te para que sejas testemunho deste Juramento de Sangue entre uma criatura do Céu e um Hibrido. - Os simbolos dispostos no papiro reagrupam-se, a confirmação do Senhor das Trevas. - Anjo Querubim Izakiel aceitas e juras perante o Senhor das Trevas ser fiel e servir-me como Mestre a mim, Hibrida Sakuya Night Eyes?
  - Sim.
  - Então, perante o Senhor das Trevas selemos este juramento com o nosso sangue.
  Yuyuko passa uma elbow blade a Night Eyes.
  Ela faz um corte no seu pulso e com o dedo passa-o pelo corte e depois no papiro. Kira faz o mesmo.
  O papiro começa a arder e uma voz ecoa pela sala.
  - ACEITO. SELEM O JURAMENTO COM A PARTILHA DE SANGUE.
  Kira pega no pulso de Night Eyes e lambe o fio de sangue. O corte fecha-se de seguida.
  Night Eyes pega no pulso de Kira, leva-o à boca e suga uma golada de sangue. Algo como uma chama nasce no seu olhar.
  "O quê?", ela sente algo de estranho no sangue de Kira. "Isto é? Não, não pode."
  Night Eyes afasta-se e limpa a boca.
  O Juramento estava terminado.
  "Ele tem sangue de demónio a correr-lhe nas veias...", conclui Night Eyes.

*Existe uma crença que quem vê a verdadeira forma de um anjo os seus olhos ardem. Foi o que aconteceu com a Yuyuko (apartes de autora ^^).

8 - Um anjo perdido

  - Podes entrar. Estão à tua espera.
  Um anjo de batina branca com armadura dourada guardava a porta. Afasta-se e a porta abre.
  Um salão gigantesco expandia-se e quaes era impossivel ver-lhe o fim.
  Quatro cadeirões, de ouro perto de uma janela idêntica a uma fachada banhada a prata, estavam ocupados por três homens jovens. Eram os Arcanjos Miguel, Rafael e Gabriel. O quarto cadeirão tinha pertencido a Lúcifer daí estar desocupado.
  Izakiel aproxima-se e ajoelha-se.
  - Izakiel, o que tens a dizer em tua defesa? - Fala Miguel em primeiro lugar.
  - Senhor, eu não fiz nada!
  - Há testemunhas Izakiel. - Afirma Rafael.
  - Eu estou inocente!
  - Foste apanhado a tentar fugir do Céu. Não podemos fazer de conta que não aconteceu nada. - Revela Rafael.
  - Eu não estava a fugir! Estava a seguir um ser não celestial.
  - Ninguém viu esse tal ser. - Miguel mexia-se na cadeira desconfortável.
  Izakiel chorava ainda ajoelhado em frente aos seus superiores.
  Gabriel sentia-se sensivel com a situação de Izakiel mas o que podia fazer contra a decisão dos irmãos? E além disso era verdade que havia provas, ele próprio o tinha visto perto do Portal Celestial. Mas não conseguia acreditar que aquele pobre rapaz fosse um desertor, conhecia-o desde que tinha entrado no Céu e sempre o achou um ótimo rapaz, quem sabe um futuro Arcanjo.
  - Já decidimos o teu castigo. - Miguel levanta-se. - Izakiel, ergue-te!
  Ele levanta-se limpando as lágrimas.
  - Como castigo foste condenado a cair em desgraça na Terra nunca mais podendo voltar ao Céu ou ser considerado como parte do Céu.
  - O quê? - Gabriel levanta-se abruptamente. - Miguel! Rafael! Não acham isso demasiado drástico?
  Izakiel tremia e gemia de tanto chorar.
  - É o mais acertado. - Rafael coloca uma mão no ombro de Gabriel.
  - Mas... As provas que temos não são assim tão relevantes. - Gabriel achava aquela decisão uma brutal injustiça.
  De nada adiantou. Miguel acerta Izakiel com um raio e um buraco abre-se fazendo-o cair.
  Foi chamado de queda de um meteorito na época.
  Já na Terra foi perseguido por cães do Inferno e Demónios depois de ter recusado juntar-se ao Inferno.
  - Estou perdido, vou morrer por uma coisa que não fiz.

  Um ano depois.
  - Senhor, tem a certeza? Não passa de um anjo caído.
  - Deak és tão ingénuo. Tens a certeza que és meu filho? - Lúcifer dá uma gargalhada.
  - Como desejar. - Deak aparece perante Izakiel.
  - Quem...és...tu? - Gagueja ele.
  - Desculpa miúdo. - Deak toca com os dedos na testa de Izakiel e fá-lo desmaiar.
  Aproxima-se de Lúcifer com o corpo inconsciente.
  - Muito bem. Agora dá-lhe um pouco do teu sangue. Acho que vai ser útil.
  - Está a falar a sério?
  - Quantas vezes é que já me viste brincar com assuntos destes? - Sorri Lúcifer.
  - Sim senhor.
  Deak faz um corte no pulso e verte algumas gotas de sangue na boca de Izakiel.
  - Miscere sanguis*. - Uma luz brilha no corpo de Izakiel.
  - Ótimo. Agora não te esqueças de avisar a minha querida Night Eyes e fazer com que ela faça o contrato com ele. Eu vou mandar mais alguns demónios atrás dele.
  Lúcifer abre um portal.
  - Não vens?
  Deak olha uma vez mais para Izakiel e entra no portal.
  Alguns meses depois Night Eyes encontra Izakiel e faz o contrato de alma com ele.

*Mistura-te sangue.
(Imagens dos arcanjos na página "Personagens Zasshu")

9 - Reencontro

  Night Eyes nada disse acerca do que tinha descoberto. Era possivel que nem ele soubesse o que acontecera.
  - Night Eyes, já estou pronto. - Kira tinha banhado o pentagrama da mesa com o seu sangue como dizia o livro e preparava-se para fazer o encantamento.
  - Ótimo.
  - Preciso saber, quem é o teu pai?
  Night Eyes não gostava de falar de seu pai. Ir vê-lo novamente ia contra todos os seus principios. Depois de ter deixado bem claro que não a queria e que ela era um erro e uma aberração da Natureza, Night Eyes tinha jurado para si mesma que a próxima vez que se encontrasse com o pai seria para ajustar contas.
  - É o anjo Kamiel. - Diz ela com repulsa.
  - Espera, esse não é... - Kira não queria acreditar.
  - Sim. Um dos discipulos de Gabriel.
  Yuyuko fica catatónica. Sabia que Night Eyes era bastante forte por parte do pai mas imaginar que o pai dela era alguém tão importante estava longe das suas expectativas. Ainda por cima um discipulo de um Arcanjo! "Por isso é que ela não gosta de falar do pai...".
  Kira olhava Night Eyes. Já sabia que ela não ia dizer mais nada e por isso vira-se para a mesa.
  Inspira fundo.
  - Mea virtute anima, ego te invoco. Angelus Kamiel, venit ad me! Quod velum inter caelum et terrae solvere et apparent ante me!*
  Um portal aparece perante os olhos de todos e uma pessoa sai dele.
  - Quem és tu para me invocares, Izakiel?
  - Fui eu que o ordenei.
  Kamiel encara a pessoa que falou. A sua cara de espanto faz-se notar durante instantes.
  - E quem és tu?
  Night Eyes mostra um sorriso sarcástico:
  - Não reconheces a tua própria filha?
  - Rude como sempre, Sakuya.
  Kira e Yuyuko estavam num canto da sala a observar. Kamiel inspeciona-os.
  - Uma Hibrida e um Anjo Caído, hein? Evoluiste querida filha.
  - Deixa-te de rodeios. Gostas tanto desta situação quanto eu. Vamos diretos ao assunto.
  - Tu é que me chamaste, diz-me tu o que queres. O teu Padrinho concordou com isto?
  - Isso só a mim diz respeito.
  Night Eyes observava o pai, estava tal e qual como o tinha visto à quase seiscentos anos pela última vez. O cabelo branco brilhante, o ar jovem e desleixado e as suas imponentes asas brancas, o orgulho de todos os anjos.
  Ele esperava pela resposta. "Cresceu e parece que herdou a aparência da mãe. Já me lembro porque me apiaxonei por ela. Era linda. A minha filha é como um espelho do passado.", pensa Kamiel refletindo para si.
  - Eu preciso de uma informação. - Night Eyes interrompe os pensamentos do pai.
  - Informação? - Ele parecia curioso.
  - Quando, onde e porquê? Clark Werewolf.
  - Oh, o lobo. A semana passada, na Venezuela e é secreto.
  - Conta-me.
  - Não posso, ordens explicitas de cima.
  Night Eyes estava a perder a paciência, não queria brincar e sabia que Kamiel não lhe dizia por capricho.
  Ao ver a expressão dela Kamiel sorri.
  - Onde estão as tuas asas?
  A pergunta apanhou Night Eyes de surpresa e Kira e Yuyuko ainda mais.
  - Asas? - Pergunta Kira.
  - Sakuya-sama? - Yuyuko.
  Night Eyes encara Kamiel com expressão de confronto.
  - Muito bem, se me disseres o que eu quero eu digo-te o que fiz com elas.
  Kamiel dá uma gargalhada.
  - A desafiares o teu pai? Está bem, veremos até onde aguentas.
  Eles encaravam-se.
  - Ele mete medo. - Sussurra Kira a Yuyuko.
  - Faz-me lembrar Lúcifer. - Comenta ela em resposta.

*Poder da minha alma, invoco-te. Anjo Kamiel, vem a mim! Que o véu entre o Céu e a Terra se destrua e apareças perante mim!
(Conhece o Kamiel na página das personagens =D)

10 - Hell Bar

  Poker, o jogo do bluf, só joga quem tem dinheiro e sabe mentir. Ou não.
  - À muito tempo que não me chamava para jogar consigo senhor.
  - Sabes porquê Deak? Porque eu não gosto de estar sempre a ganhar.
  Lúcifer e Deak estavam sentados em frente a uma mesa de poker. O jogo já ía a meio e Lúcifer divertia-se a humilhar o filho.
  - Lulu! - Uma voz estridente e muito alegre faz-se ouvir por todo o bar.
  Uma rapariga com orelhas e cauda de gato com um largo sorriso na cara corre até Lúcifer e abraça-o.
  - Lulu! Estás tão fofinho!
  - Mia, deixa o nosso senhor. - Pede Deak, acendendo um cigarro, um tanto indiferente.
  - Cala-te Jr. Não estou a falar para ti. - Mia atira a lingua a Deak e começa a puxar as bochechas a Lúcifer.
  - Mia, o que fazes aqui? - Pergunta Lúcifer agarrando-lhe a mão fazendo-a parar de lhe mexer nas bochechas.
  Ela senta-se no colo dele a fazer-lhe festas no cabelo.
  - Tenho boas e más noticias Lulu.
  - Conta lá. Já estás a aborrecer-nos. - Diz Deak expulsando fumo do cigarro para o ar.
  Mia olha de lado para ele e começa a bofar-lhe.
  - Mia, querida, o que tens para nos contar? - Pergunta Lúcifer com voz amável fazendo com que ela desvie a atenção de Deak.
  - A boa noticia é que me livrei do Roger, a má é que ele foi morto junto com os outros dois que estavam com ele.
  - O que significa que a boa noticia só é boa para ti. - Conclui Deak insatisfeito.
  Lúcifer começa a pensar alheio à discussão acabada de nascer entre Deak e Mia.
  No meio dos pensamentos e a quebrar o seu raciocinio uma estranha pressão se faz sentir.
  - Sentiu senhor? - Deak e Mia estavam agora sérios.
  - Parece que ela usa sempre os métodos mais complicados. - Sorri Lúcifer um tanto contente.
  - Ela? - Mia não entendia.
  Lúcifer encara Mia.
  - Minha pequena, há alguma testemunha do que aconteceu aos nossos cachorros?
  - Hum... - Mia leva a mão à cabeça em sinal de que está a pensar. - Oh, sim! Eles estavam a tentar trair-nos mas acabaram mortos. Bem feito, cretinos.
  Deak larga um suspiro.
  - Eu disse que meter uma Nekomata* a liderar os cães do Inferno era má ideia senhor. Eles não gostam nada da ideia.
  - Sabes quem os matou? - Lúcifer não estava a tomar nem um pouco de atenção a Deak.
  Mia acena afirmativamente:
  - O Clark Werewolf.
  Todos no bar ficam em estado de alerta.
  - E a testemunha?
  - Uma Lobisomem. Estava com o Clark mas fugiu.
  Lúcifer pousa as cartas na mesa, pega no copo com whisky e bebe tudo numa golada. Os restantes clientes do bar esperavam uma reação.
  - Shijima.
  - Sim meu senhor.
  Shijima era a proprietária do Hell Bar. Pertencia a uma das classes mais altas de demónios, o significado dos pequenos chifres negros na cabeça. Desde a última guerra que envolveu o Inferno nunca mais fez missões para Lúcifer, por isso construiu o bar para demónios e dedicou-se a geri-lo.
  - Sabes o que tens a fazer. - Diz Lúcifer entregando-lhe um papel.
  Ela faz uma vénia e retira-se.
  - Podes ir Mia. Prepara o enterro.
  - Ena Lulu! Estás muito generoso. Até logo. - Mia dirige-se até à porta do bar e desaparece.
  - Senhor? - Deak esperava ordens.
  Lúcifer pega nas cartas que lhe pertenciam e vira-as.
  - Ganhei.
  Deak ergue o sobrolho:
  - De certeza que faz batota.
  Lúcifer sorri.
  Shijima aparece com um mapa e passa-o a Lúcifer. Ele dá uma olhadela.
  - Luka! - Chama.
  Um rapaz e uma rapariga aparecem no bar. Estavam ambos armados e olhavam desconfiados um para o outro.
  - O que é que estás aqui a fazer? - Grita ela.
  - Isso peegunto eu! O senhor Lúcifer chamou-me a mim!
  - Cala-te cabeçudo!
  - Cala-te tu esquisitóide!
  Lúcifer solta um suspiro dramático.
  - Meninos, eu chamei os dois. Tenho uma missão.
  - Sim senhor! - Dizem em unissono.
  Lúcifer abre o mapa em cima da mesa. Eles aproximam-se.
  - Luka Kyofu, tu levas três dos membros do teu grupo e vais até aqui. Quero que captures a Lobisomem e me a tragas viva. Luka Osore, tu escolhe um membro do teu grupo e dirige-te aqui. Quero que me tragas a Night Eyes, a bem ou a mal.
  Eles consentem e desaparecem.
  Luka Kyofu e Luka Osore eram os lideres dos grupos de assassinato de Lúcifer, dois grupos, e os seus constituintes eram todos demónios de classe alta.
  Deak observava o pai.
  - Queres perguntar alguma coisa Deak?
  - Senhor, com todo o respeito, posso mandar alguém da minha confiança com a Luka Osore?
  - Faz como desejares. Shijima, outro whisky! - Lúcifer levanta-se e vai até ao balcão.
  Deak estala os dedos e uma mulher de cabelo roxo aparece por detrás dele.
  - Pain, protege a Sakuya.
  - Sim mestre. - Ela faz uma vénia e desaparece.

*Gato que viveu durante muito tempo.
Curiosidade: Os apelidos de ambos os Luka apesar de diferentes significam o mesmo, "terror".
(Vê as novas personagens na página das personagens^^)

11 - Confronto

  Night Eyes empunhava já Izanagi, a sua katana negra, enquanto Kamiel continuava sentado na mesa de pedra.
  - Então, não vais lutar? - Pergunta Night Eyes a Kamiel.
  Kamiel mete-se de pé e cruza os braços.
  - Claro que não. Achas que eu quero magoar a minha amada filha? Quando te desafiei pensava em algo mais inteletual.
  Night Eyes guarda a katana.
  - Tipico. Morres por não fazer nada, papá.
  Yuyuko e Kira continuavam a observar atentamente no canto deles.
  - Mas afinal, que desafio "inteletual" propões? - Night Eyes sorri sarcástica.
  - Um enigma.
  - Um enigma? - Night Eyes, Yuyuklo e Kira perguntam ao mesmo tempo.
  - Sim.
  Kamiel sorria. Parecia estar bastante divertido. Melhor, à décadas que não se divertia tanto.
  - Está bem. Diz lá esse enigma.
  - Muito bem. Em noite de Lua Cheia, apareço no Céu, quando menos esperas estarei a olhar para ti. O cheiro de sangue afasta-me mas a tua alma chama por mim. Quem sou?
  Night Eyes pensava. Aquelas palavras não lhe eram estranhas. Já tinha ouvido aquilo em algum lado, só não se lembrava onde.
  Memórias fluem no seu pensamento. É quando ela se recorda de uma canção que a mãe lhe cantava quando ela era pequena.
  - És tu. O anjo Kamiel. - Responde convencida.
  Kira e Yuyuko não percebem. Kamiel sorri.
  - Como é que sabias?
  - Lembrei-me que a minha mãe costumava cantar para mim sobre ti. De quando a vinhas visitar em noites de Lua Cheia ou algo assim.
  - Quem é a mãe dela? - Pergunta Kira a Yuyuko.
  Yuyuko dá-lhe uma cotovelada.
  Kamiel estava satisfeito. O seu propósito tinha sido concluido, perceber se Night Eyes se lembrava da sua infância. Isso era a prova de que os poderes de Lúcifer não tinham efeito sobre ela.
  - Agora já me vais dizer porque soltaram o Clark?
  - A unica coisa que sei é que foram ordens de cima. O resto é com o "chefe".
  Night Eyes não estava contente. Desconfiava que o pai lhe estava a esconder algo.
  - E as tuas asas? - Kamiel volta a insistir.
  Night Eyes desabotoa a camisa. Um simbolo via-se no peito. Algo parecido com um par de asas.
  - Nova coleção de feitiços de ocultação. - Night Eyes sorri orgulhosa.
  Faz um corte num dedo e passa-o pelo simbolo deixando um fio de sangue. O seu corpo começa a brilhar e nas suas costas nascem duas asas, uma branca e uma negra.
  O público na sala, Kira e Yuyuko, estavam perplexos. "Ela tem asas?!", era o que pairava na mente deles.
  Ao ver as suas expressões Night Eyes dirige-se a eles.
  - Eu sou meio anjo, lembram-se? Peço desculpa por nunca te ter dito Yuyuko e tu Kira, não faças essa cara. - Night Eyes sorri afetuosa enquanto sela as suas asas novamente.
  Kamiel sorria, para variar. A sua filha ainda era a mesma, um erro da parte dele gostar tanto dela.
  - Uh, o teu Padrinho está chateado. - Kamiel aproxima-se da filha e dá-lhe um beijo na testa. - Se precisares de mim canta. - Sussurra-lhe.
  - Espera... - Mas ele já não estava lá.
  A porta é arrombada. Três pessoas entram na sala.
  - Sakuya Night Eyes-sama, acompanhe-me até ao senhor Lúcifer. Temos ordens para usar a força.
  - Luka Osore?! O que fazes aqui? - Yuyuko aproxima-se.
  - Cumpro ordens. Night Eyes-sama?
  - Claro. Se o meu Padrinho quer ver-me...
  Eles dirigem-se à saida.
  - Chad. Pain. - Cumprimenta Night Eyes.
  Eles fazem uma vénia.
  Pain era a lider do grupo de guarda de Deak, e a sua mais fiel aliada. Chad era um dos membros do grupo 2 de assassinos de Lúcifer. Ninguém sabia ao certo o clã a que pertencia, só se sabia que podia controlar o fogo.
  Night Eyes vira-se para Kira e Yuyuko: 
  - Yuyuko, podes ir à tua vida. Obrigado pela ajuda. Kira, o nosso acordo foi feito, não te esqueças. Faz o que quiseres.
  - Sim senhora! - Exclamam ambos.
  Night Eyes sai da sala acompanhada por Luka, Chad  Pain. Agora é que o verdadeiro confronto ia começar, enfrentar Lúcifer.

Sorry, não tive muito tempo por isso postarei o próximo capitulo amanhã sem falta.
(Imagem do Chad na página das imagens.) 

12 - Subúrbios

  Algures na cidade, na parte velha da mesma, Luka Kyofu e três membros do seu grupo procuravam por alguém.
  Aquela parte da cidade, pouco habitada, era o sitio preferido dos "monstros".
  - Andrámaca, encontraste alguma coisa? - Pergunta Luka à necromancer do seu grupo.
  - Lamento Luka-senpai, mas nada ainda.
  Ele estava impaciente.
  - Luka, os cães é que farejam, é normal que não a encontremos, está a esconder-se. - Repara Neil.
  Neil era um dos mais recentes assassinos de Lúcifer. Tinha vindo sabe-se lá de onde e batido à porta de Lúcifer, que o aceitou automaticamente depois de ver o seu "curriculo". Katanas era a sua especialidade e mortes silenciosas o seu passatempo. "Perfeito", foi como Lúcifer o descreveu quando Shijima lhe entregou o historial.
  - Não me digas. - Diz Luka sarcástico. - Eu sei perfeitamente com quem estou a lidar.
  - Vá lá pessoal, vamos mas é despachar isto. - Interrompe Takeo dando uma palmada nas costas de Luka. - Certo chefinho?
  - Takeo!!! - Grita Luka a tossicar.
  - Sorry... - Sorri matreira.
  - Vamos ao que interessa. Andrámaca? - Luka desvia o olhar na direção da companheira.
  - Nada.
  - Que treta. Quanto tempo é que temos de ficar neste fim de mundo? E falam do Inferno. - Takeo senta-se num caixote que estava no chão. - Belhec! Isto é uma caganita de rato?! - Levanta-se limpando a roupa.
  Luka abana a cabeça a pensar naquela estupidez.
  Ao fundo da rua ouve-se uma lata a mexer no chão. Olham todos naquela direção.
  A correr, uma mulher fugia. Takeo e Neil vão atrás dela.
  - É ela? - Pergunta Luka a Andrámaca.
  Ela acena afirmativamente.
  - Cria uma barreira à volta desta parte da cidade. Não a deixes escapar! - Ordena Luka indo na direção que a mulher fugira.
  Andrámaca seguia a presença da mulher até que se depara com outra presença. Olha para os lados e numa das portas arrombadas do edificio perto dela vê um lobo de pêlo branco sentado a observá-la.
  - Tu és... - A voz morre-lhe e ela cria uma bola de fogo azul na mão pronta a ser atirada.
  O lobo pisca-lhe o olho, larga uma carta que trazia na boca no chão e afasta-se.
  Andrámaca vai até lá e apanha o envelope. Na parte da frente estava escrito em letra cuidada "Entregar a Sakuya Night Eyes".
  Olha em redor. Ninguém.
  À saida dos subúrbios da cidade um lobo castanho corria. No seu encalço ia Takeo, Neil e Luka que os tinha apanhado recentemente.
  Quando se começa a ouvir o barulho da civilização, e o lobo pensa estar salvo, bate numa parede invisivel e cai para trás voltando à forma humana.
  A mulher agacha-se e mostra os dentes aos inimigos.
  - Karla Werewolf, vem connosco sem oferecer resistência ou usaremos a força. - Anuncia Luka.
  Ela dá uma gargalhada.
  - Não tenho satisfações nenhumas a dar ao Sir Lúcifer.
  - És testemunha da morte de dois dos nossos e o senhor Lúcifer quer falar contigo. - Luka permanecia intolerável.
  - Não irei.
  Luka faz sinal a Neil e Takeo.
  - Finalmente. - Sorri ela.
  Neil pega numa das suas katanas e começa a correr à volta de Karla a grande velocidade confundindo-a. Ela olhava em volta à procura de uma falha para fugir mas essas falhas não existiam.
  Perdida nos movimentos de Neil não se dá conta de uma corrente a vir na sua direção que se embrulha à sua volta deixando-a imóvel. Quando se apercebe Neil já tem uma katana encostada no seu pescoço.
  - Foste apanhada cadela! - Provoca Takeo.
  - Muito bem, Karla Werewolf, tem o prazer de nos acompanhar. - Luka começa a afastar-se. - Trá-la Neil. Vamos ao encontro da Andrámaca.

Prometido é devido, consegui postar^^
(Imagens novas **)

13 - Lúcifer: Amável ou Cruel?
(Contém palavras impróprias)

  Luka Ososre guiava, pelo túnel do Hell Bar, Night Eyes. Atrás dela seguiam Chad e Pain.
  Chegam ao bar. O coração de Night Eyes desparava. Não gostava de admitir, mas a verdade é que Lúcifer a metia nervosa. A ela e a muita gente.
  Não esperava ouvir um sermão, muito menos discutir com Lúcifer. Uma das qualidades ou defeitos dele era que raramente se enervava à frente dos outros. Night Eyes só o vira fora de si uma vez e quase não sobrevivera para se lembrar.
  - Senhor, trouxe-a. - Diz Luka para o lado de lá da porta.
  Esta abre-se.
  Eles entram. Lúcifer continuava sentado, desta vez ao balcão. Deak estava num sofá.
  - Mandou-me chamar Padrinho? - Night Eyes aproxima-se do balcão.
  - Sim, mandei. Queres beber alguma coisa Night Eyes? - Lúcifer sorria para ela.
  - Não, obrigado.
  - Vamos sentar-nos então.
  Eles vão para um sofá e sentam-se.
  - Sabes, eu gosto muito de ti Sakuya. Não só por seres um exemplar único, mas especialmente por seres filha de quem és.
  - Vá direto ao assunto Padrinho.
  Lúcifer pousa a mão na perna de Night Eyes.
  - Apesar disso, eu não posso deixar passar o teu mau comportamento. Desrespeitas-te uma das minhas regras ao invocares o teu pai e cancelaste um contrato sem a minha autorização e sem sequer me consultares.
  Night Eyes engole em seco. As palavras não queria sair e a amabilidade excessiva de Lúcifer para com ela não a deixava mais confortável.
  - O que tens a dizer em tua defesa Afilhada?
  Night Eyes ganha forças e começa a falar:
  - Padrinho, perdoe-me. Sei que desobedeci às suas regras, mas sabe que eu farei qualquer coisa para ajustar contas com o Clark.
  - Sei.
  - O meu pai era a maneira mais rápida.
  Lúcifer mete o braço à volta dela e começa a afagar-lhe o cabelo.
  - Minha pequena. Podias ter-me pedido. Eu sei que gostas de fazer as coisas à tua maneira mas pedir ajuda ao teu velho Padrinho também pode ser uma boa maneira.
  - Desculpe. - Night Eyes recosta-se no peito de Lúcifer.
  Deak, no sofá afastado ao deles, observava fumando o seu cigarro. Detestava quando Lúcifer tocava Night Eyes com aquelas mãos cheias de dor, sofrimento e sangue de inocentes que não tinha tido problemas em matar. Mesmo sendo seu filho e tendo o mesmo instinto assassino não conseguia entender.
  A porta do bar abre-se.
  Luka Kyofu, Andrámaca, Takeo e Neil traziam Karla presa por correntes.
  - Senhor, apanhá-mo-la. Estava a tentar fugir. - Enuncia Luka.
  Lúcifer levanta-se de ao pé de Night Eyes.
  - Karla Werewolf. Quem diria. Sempre foste um animal tão respeitador... O que te fez mudar de matilha? - Lúcifer circundava-a.
  - Sir Lúcifer, eu não tive nada a ver com a morte dos seus cães. Foi ele!
  - Ele? Mas tu estavas lá não estavas?
  Karla abaixa a cabeça.
  - Como pensei. Olha para mim. - Manda Lúcifer com voz amigável.
  Karla obedece e levanta a cabeça.
  Lúcifer dá-lhe uma estalada. Um fio de sangue começa a escorrer-lhe pelo canto da boca.
  - O que é que ele quer daqui? Morrer?
  - Ela. - Karla acena na direção de Night Eyes.
  Lúcifer agarra-a pelo pescoço com uma mão e eleva-a, em peso, no ar.
  - Esse sarnento que espere sentado como o bom rafeiro que é. Quanto a ti, há alguém que gostará de domar-te. - Lúcifer faz sinal a Neil. - Leva-a ao Joker. Diz que é uma prenda minha. - Ele atira-a a Neil.
  Karla ainda a tossicar suplica por clemência. Solta-se de Neil e ajoelha-se aos pés de Lúcifer. Ele olha-a de lado, pega numa pistola de balas de prata que apareceu misteriosamente e dá-lhe um tiro num braço. Ela uiva de dor.
  - Leva-a! - Ordena.
  Neil pega nela e arrasta-a. Já na porta, ela grita:
  - Vais pagá-las! Ele vai tirar-te a tua querida Afilhada!
  - Levem essa puta daqui antes que mude de ideias e a mate.
  Andrámaca aproveita a confusão e vai até Night Eyes. Entrega-lhe a carta.
  - É dele não é? - Pergunta Night Eyes.
  Andrámaca acena que sim com a cabeça. e afasta-se.
  - Obrigado. - Agradece Night Eyes guardando a carta.
  "O que ele quererá de mim.".

14 - Uma carta de intenções

  Lúcifer tinha ficado bastante exaltado e Night Eyes aproveitara para se esgueirar.
  Na saída do túnel do Hell Bar havia um elevador que dava para o salão onde se realizavam as reuniões dos Híbridos. Sentada na sua cadeira, Night Eyes abre o envelope e desdobra a folha do seu interior.

  "Sakuya, sei que deves odiar-me, mas o que fiz foi para teu bem. Se te tivesse poupado iriam atrás de ti. Quanto aos cães do Lúcifer foi auto-defesa. Provavelmente não estás a acreditar em nada do que escrevi mas é a verdade. Quero encontrar-me contigo. Em nenhum momento desde que me entregaste aos arcanjos deixei de pensar em ti. Em baixo tens a maneira de me encontrar, podes entregar ao Lúcifer, não me importo, confio nas tuas decisões. Até lá.
Clark"

  - Idiota. - Night Eyes amassa a folha e joga-a no lixo.
  - Não devias deixar essas coisas por aí. - Ouve-se uma voz vinda das sombras.
  Sobressaltada, Night Eyes olha para o sitio de onde saíra a voz.
  O corpo de Shi torna-se visível.
  - Ah, és tu. Que susto. - Desabafa Night Eyes.
  Shi atira uma bola de fogo ao caixote do lixo e fica a observar o papel arder.
  - Era dele não era? - Shi olha-a inexpressivo.
  - Vais denunciar-me?
  - Porque o faria? Não tenho interesse nenhum em matá-lo e se te denunciasse seria apenas um pretexto de Lúcifer para te juntar ao seu harém.
  - Shi, nunca te perguntei isto, mas já nos conhecemos à tanto tempo...
  Ele senta-se na cadeira dele.
  - Diz.
  - Tu não gostas do meu Padrinho, porque é que trabalhas para ele?
  - Lembras-te da minha mãe?
  - Claro que sim. Era uma demónio linda.
  - Ela pediu-me para tomar o lugar do meu pai e tomar conta da tua mãe e de ti. É só para manter a minha promessa que continuo aqui.
  - Porque é que ela te fez prometer isso?
  Shi não responde e dirige-se à saída.
  - Eu amanhã vou contigo. Temos de ser rápidos, o Ramon já está muito perto de descobrir onde ele está.
  - Queres ir comigo?
  - Quem mais irá? - E com esta pergunta retórica, Shi vai-se embora.
  - Tanto mistério Shi Raven Hell. - Sorri Night Eyes.

15 - Livro de reclamações

  Duf tinha chegado recentemente de uma missão e foi até ao Hell Bar dar o reportório a Deak.
  - Mestre, o meu irmão anda à minha procura por isso não posso demorar-me.
  - O teu irmão? - Pergunta Deak entre uma passa no cigarro.
  - Sim. Apresento-lho um dia. Está aqui o reportório da entrega.
  Deak pega no papel e dá-lhe uma vista de olhos.
  - Muito bem. Podes ir.
  Duf faz-lhe uma vénia e corre para a saída.
  - Esteve aqui alguém? - Pergunta Lúcifer saindo do quarto VIP abraçado a Lola, a sua "empregada" privada.
  - Sim, o Duf Scarlet Devil. Veio entregar-me o reportório da missão. - Deak atira a folha a Lúcifer.
  Ele agarra-a no ar e dá uma espreitadela.
  - Bom miúdo. - Afirma.
  - Sim. - Consente Deak.
***
  No prédio da cidade, Kira encontrava-se no seu apartamento. Olhava para os móveis, paredes, tudo lhe trazia lembranças. Agora que recuperara a sua alma não sabia o que fazer. Esperou tanto por aquele dia e agora que o alcançara sentia-se impotente. Se se concentrasse podia ver a corrente que ia do seu pescoço até ao infinito. Na outra ponta estaria Night Eyes.
  "O que devo fazer?", era a pergunta que vagueava pela sua mente.
  Uma brisa entra pela sala e quando Kira olha para o sofá Kamiel estava lá sentado.
  - Não é uma casa muito luxuosa. - Comenta Kamiel olhando em redor.
  - O que faz aqui?
  - Essa coleira não te fica nada mal. - Kamiel usava um tom sarcástico na voz.
  - O que quer de mim?
  - Não tenhas medo Izakiel. Não te quero fazer mal. Sabes que graças a essa coleira podes saber exatamente onde está a minha filha, certo?
  Kira não responde.
  - Não queres falar não fales. A verdade é que descobri onde está o Clark Werewolf e que a Sakuya quer ir encontrá-lo.
  Os olhos de Kira abrem-se em espanto.
  - Parece que cativei a tua atenção.
  - O que é que eu tenho a ver com isso? - Kira tenta fingir indiferença.
  - Podes não saber, mas estando ligado assim a ela se ela morrer tu vais sofrer o mesmo. Podes até enlouquecer.
  Kira fica aterrado. Enlouquecer?! 
  Ao ver a cara de Kira, Kamiel desata à gargalhada.
  - Não percebes nada de pactos! Estava a brincar.
  A cara de Kira ganha uma expressão zangada.
  - Pronto, pronto. Se ela morrer ficas livre do pacto e sofres um bocadinho, mais nada. Só disse aquilo porque quero pedir-te que olhes por ela.
  - Se acontecer alguma coisa eu saberei por isso não tem de se preocupar.
  - Eu sei. Mas queria ter a certeza. O Gabriel-sama manda-te cumprimentos, disse que gostaria de te ver.
  - Gabriel-sama? - Balbucia Kira.
  - Eu vou indo. Cuida da minha pequena. Adeus. - A mesma brisa aparece e Kamiel desaparece com ela.
  Kira solta um longo suspira e deita-se no sofá.
***
  No bar a porta abre-se furiosamente.
  - Lúcifer!
  Um homem vestido classicamente e com uma cartola entra desnorteado no salão do bar.
  Lúcifer estava sentado numa poltrona com Lola ao colo.
  - Lúcifer! - Volta a berrar o homem.
  Deak tinha ido embora e aquela hora o bar estava quase deserto.
  Lúcifer dá uma palmadinha afetuosa no rabo de Lola para que ela se levantasse. Lola levanta-se e senta-se a seu lado.
  O homem mete-se à frente da poltrona.
  - Lúcifer, estou farto de receber o teu lixo!
  - Joker, não te enerves. Isso faz-te mal.
  - Não gozes comigo! Eu sou um gentleman, não me enervo.
  - Exato. Onde está a tua menina? - Pergunta Lúcifer dando pela falta da Neko que sempre acompanhava Joker.
  - Está a tomar conta da cadela que me envias-te. E é por isso que vim aqui. Quero reclamar!
  - Acalma-te amigo. Senta-te. Shijima, traz um conhaque para o Joker.
  - Não me tentes comprar com conhaque!
  - Do de 1887. - Explicita Lúcifer para Shijima.
  Ela leva o copo até Joker. Ele aceita e dá um trago.
  - Maravilhoso. - Assume um ar sério novamente. - Agora vais explicar-me o que é aquela Lobisomem.
  Lúcifer faz sinal a Lola para se retirar e pede a Joker para se sentar ao pé dele.
  - Explico-te tudo o que quiseres. - Sorri malicioso perante o ar repreensivo de Joker.

(Imagem da Lola e do Joker na página de personagens**)

16 - Finalmente nos encontramos

  - Eu só não compreendo porque é que tens de enviar sempre essas coisas esquisitas para mim. Eu não sou o perdidos e achados... - Reclamava Joker já um tanto contente. Resultado de meia garrafa de conhaque.
  - Pronto amigo, não te preocupes. Eu enviei-te a cadela porque sei que adoras animais. - Desculpa-se Lúcifer cínico. 
  - Isso não é desculpa! Seu mentiroso.
  Lúcifer dá uma gargalhada.
  - Estás bêbedo Joker.
  - Não estou nada. - Joker tenta levantar-se mas volta a cair pesadamente na poltrona. - Secalhar estou um bocadinho.
  Lúcifer chama Shijima e pede-lhe para levar Joker a casa.
  Essa noite passou, normal para o mundo humano etalvez um pouco mais agitada para o submundo.
  Assim que o sol aparece no horizonte a porta do quarto de Shi é praticamente arrombada. Ele levanta-se ainda ensonado e só em boxers e vai até lá. Abre-a e dá de caras com Night Eyes impaciente.
  Ela entra pelo quarto adentro sem quaisquer cerimónias.
  - Entra. - Diz Shi irónico fechando a porta.
  - Ainda estás assim? Tu é que me incentivas a ir falar com ele e não estás pronto?!
  Shi atira-se para a cama. Night Eyes olha-o incrédula.
  - Estás muito nervosa. - Ouve-se a voz de Shi saindo debaixo dos cobertores.
  Ela vai até à cama e arranca os cobertores deixando o corpo de Shi à descoberta.
  - Veste-te! - Insiste Night Eyes.
  Ele faz que não ouve e finge estar a dormir.
  Night Eyes fica séria e as lâmpadas do quarto de Shi começam a partir-se uma a uma.
  Finalmente vencido ele levanta-se.
  - Está bem. Não me destruas a casa.
  Night Eyes atira-lhe uns jeans e uma t-shirt.
  - Andaste a mexer no meu armário? - Pergunta Shi agarrando a roupa. Night Eyes aponta para o sofá.
  Shi recorda-se de ter deixado a roupa no sofá para vestir nesse dia.
  - Afinal que idade tens tu? Pareces uma criança. - Comenta Night Eyes.
  - 21 anos, não se vê? - Sorri Shi.
  Ela abana a cabeça. Sempre achara Shi tão resguardado e tão na "sua". Não fazia ideia deste seu lado descontraído e alegre.
  - Porque é que estás a olhar para mim assim?- Pergunta ele.
  - Nada. Não imaginei que tivesses um lado tão "normal".
  - É verdade, mas não contes a ninguém. - Shi pisca-lhe o olho. - Vamos?
  Eles vão-se embora deixando aquele sitio deserto.
  O mapa continuava vivo na mente de Night Eyes e a ansiedade ia crescendo à medida que se aproximavam do local destinado.
  Ficava num local isolado na zona morta da cidade. Era ainda mais deserta e assustadora que a parte velha da mesma, daí chamarem-lhe Death Zone.
  O edifício, já todo a cair, parecia ter sido uma antiga fábrica pelas chaminés que subiam ao céu.
  - Típico dele estes sítios imundos. - Suspira Night Eyes.
  Shi coloca a mão sobre um ombro dela.
  - Vai. Eu espero-te aqui.
  Ela consente. Respira fundo e caminha até à entrada.
  Lá dentro o grau de degradação era o mesmo do exterior. O edifício ameaçava sucumbir a qualquer instante.
  Night Eyes olhava em redor à procura de sinais de movimento. Empunhava já Izanagi. Aquele sitio não lhe inspirava confiança.
  O som de uma pedra a rolar pelo chão faz com que ela se vire. Um rapaz de óculos e cabelo branco estava encostado a um pilar.
  Night Eyes assume um ar tenso. O rapaz parecia ter uns 20 anos e uma pouse muito segura. Ele sorri.
  Ao ver aquele sorriso, Night Eyes recompõe-se e guarda a katana.
  - Da última vez que te vi parecias ter uns 11 anos, Clark. - O nome dele pronunciado por Night Eyes ecoa pelo edifício decadente.
  Eles aproximam-se um do outro.
  - E tu estás na mesma, Sakuya.
  - É o que me dizem. Perdeste os complexos com a cor do pêlo?
  - Sim. Crescer faz-nos bem.
  - O que queres de mim?
  - Que fria. Ninguém diria que já fomos tão íntimos. - Clark estende a mão para tocar na cicatriz escondida debaixo da camisola de gola alta de Night Eyes. Ela afasta a mão. - Trouxeste o Shi contigo, que esperta.
  Night Eyes não responde.
  - E fizeste um pacto com um anjo caído. Muito bem.
  Night Eyes agarra Clark pelo colarinho da camisa:
  - O que é que queres de mim?
  Clark sorri e agarra-a pela cintura puxando-a para si.
  - Quero-te a ti. - Estala um beijo na boca de Night Eyes.
  Ela tenta afastá-lo mas ele morde-lhe no pescoço.
  Night Eyes sente o veneno a infiltrar-se no seu sangue e cai de joelhos.
  - O que acontecerá a um anjo híbrido quando é mordido pelo Rei dos Lobisomens? - Sorri Clark.
  Os olhos de Night Eyes abrem-se de espanto e ela aperta a garganta com as mãos tentando evitar a dor.
  O choque dela é alcançado em vários sítios. Shi, Kira, Deak, Kamiel e Lúcifer recebem-no em desespero.
  Irão eles impedir uma tragédia?

(Imagem do Clark no sitio do costume **)

17 - Morte ou salvação?

  Shi entra no edifício com Hell Fire pronta a disparar. Assim que dá de caras com o corpo em espasmos de Night Eyes corre até ele.
  Um Lobisomem transformado mete-se entre ele e o corpo de Night Eyes. Devia ter mais de metro e meio de altura.
  Os dentes dele reluziam e Shi pressionava já o gatilho quando o lobo se transforma em cinza. Shi olha em volta e vê Kira numa janela. Ele desce para o chão. Ofegava e o suor escorria-lhe pela face.
  Shi observa Kira arrastar-se com dificuldade até ao corpo de Night Eyes e ajoelhar-se pesadamente ao seu lado.
  Devagar aproxima-se. Night Eyes parecia em perfeito tormento. As veias do pescoço sobressaíam para fora, a sua cara estava praticamente roxa e a dentada de Clark de um escarlate vivo.
  - Temos de sugar o veneno. - Diz Shi.
  Kira acena negativamente e rasga a camisola de Night Eyes. Haviam veias roxas a saírem do peito para o resto do corpo.
  - Já chegou ao coração. - Afirma Kira.
  Deak aparece saído das sombras e vai ao encontro deles.
  Ao ver Night Eyes naquele estado é como se as forças lhe faltassem.
  - Mestre! Faça algo! - Implora Shi abanando Deak.
  - Não posso fazer nada. - Lamenta ele cabisbaixo.
  A tatuagem de ocultação de Night Eyes racha e as suas asas são expulsas do corpo.
  Kamiel e Lúcifer aparecem ao mesmo tempo e entreolham-se.
  O grito estridente de Night Eyes corta a tensão entre eles e correm até ela.
  Ao constatarem o estado avançado da situação dão-se por vencidos.
  Os outros percebem as reações e em silêncio consentem.
  Os olhos de Lúcifer faiscavam de raiva dando agora importância às palavras de Karla.
  Deak aproxima-se dele.
  - Só o Rei poderia fazer isto. Como...
  - Eu recebi hoje a noticia de que o velho tinha sido morto, só não pensei que tivesse sido pelo Clark.
  Kamiel apertava a mão da filha com força.
  Lúcifer vira-se para ele.
  - É culpa vossa. Libertaram-no!
  Kamiel encara-o.
  - Foram ordens de cima, nada tivemos a ver com isto!
  Lúcifer preparava-se para um confronto quando Shi dispara um tira no ar.
  - Chega! Não acham que deviam pensar na Sakuya neste momento?!
  Lúcifer está para levantar a mão contra Shi quando se sente um portal a abrir. Cerberus* mete as suas três cabeças de fora e faz uma vénia a Lúcifer. Do meio das patas dele aparece uma mulher parecida com Night Eyes. Kamiel levanta-se rendido e despedaçado.
  - O que fazes aqui Tsubaki? - Pergunta Lúcifer.
  - Ela é minha filha.
  Tsubaki Hell Flower, mãe de Night Eyes. Considerada a mais bela demónio de todo o harém de Lúcifer e a mais previligiada.
  Ela passa por Shi e sorri-lhe. Quando chega perto do corpo da filha dá um olhar demorado a Kamiel antes de se ajoelhar.
  Tsubaki era também conhecida pelas suas técnicas de cura.
  Ela sorri para Night Eyes, sussurra um "desculpa" e crava a mão no peito da filha trespassando o coração de um lado ao outro.

*Cão guardião das portas do Inferno
(Imagens novas**) 

18 - Morte?

  O espanto junta-se a um último suspiro abafado de Night Eyes.
  Lúcifer agarra Tsubaki pelo pescoço e eleva-a em peso.
  - O que fizeste?! - Berra.
  A mão de Tsubaki encontrava-se fechada e o sangue da filha escorria e caía gota a gota numa poça ao lado do seu corpo.
  Kamiel separa Lúcifer de Tsubaki e toma-lhe a mão. Uma esfera cinzenta brilhava encharcada em sangue.
  - Conseguiste tirar o veneno! - Exclama Kamiel.
  - O resto é com ela. - Completa Tsubaki olhando o corpo da filha.
***
  A sala de reuniões dos Híbridos estava transformada numa casa funerária. No centro um caixão aberto rodeado de flores brancas com Night Eyes no seu interior, era o palco das atenções.
  Os Híbridos estavam sentados em volta do caixão. Tenshi chorava descontrolada e Duf consolava-a. Lúcifer encontrava-se  sentado num cadeirão com Tsubaki do seu lado direito, Shijima do lado esquerdo e Mia a seus pés a ronronar tristemente. A um canto Luka Osore e Luka Kyofu prestavam a sua homenagem. Deak fumava sentado numa poltrona e Kira estava isolado sem conseguir encarar o centro da sala. Joker acabara de chegar, desta vez vinha com Milly, a sua neko. Lola trazia uma bandeja com bebidas. Lúcifer não tinha permitido a entrada de Kamiel, o que incomodara Tsubaki.
  Depois de tantos séculos Night Eyes estava finalmente em paz, era o que pensavam os presentes na sala.
  Uma figura com uma capa que cobria todo o corpo, entrou na sala. Ninguém fazia ideia de quem era, só se suponha que pertencia ao Inferno pois tinha conseguido entrar.
  A figura passa pela sala até ao caixão e quando chega lá tira uma rosa vermelha da capa e mete-a no colo de Night Eyes.
  Lúcifer levanta-se do cadeirão para ir expulsar quem quer que fosse aquela pessoa, mas ela adianta-se e sai da sala esboçando um sorriso por baixo do carapuço.
  Um silêncio instala-se na sala enquanto aquela rosa vermelha reluzia com um brilho diamante.

(Minna, gomen pela demora. Imagens novas**)

19 - O branco é vermelho e o vermelho é preto

  A rosa no colo de Night Eyes instalava uma tensão não esperada na sala.
  A vontade de a retirar era notável em todos os rostos, mas como se algo os impedi-se nenhum se atreveu a lá ir.
  Estava quase a bater a meia noite, hora em que levariam o corpo de Night Eyes para ser queimado nas chamas do Inferno. Os Híbridos tinham suplicado a Lúcifer que não o fizesse, mas ele não queria deixar o corpo da Afilhada à mercê de quem pudesse ter interesse nele.
  Yuyuko levantara-se e estava perante o caixão a observar as feições tranquilas da sua senpai. Lembrava-se do dia em que a vira pela primeira vez: Uma missão de assassinato em que o alvo era o seu irmão. Night Eyes fora enviada com Shi para o matarem e quem quer que estivesse com ele, o que incluia Yuyuko. Quando o irmão a tentou usar como moeda de troca para fugir ameaçando matá-la, Night Eyes simplesmente o incentivou. Pensou que iria morrer. Mas a verdade é que era um plano de distração para que Shi o pudesse apanhar desprevenido, o que aconteceu na perfeição. No final Shi queria matá-la mas Night Eyes disse que sendo ela uma Híbrida poderia se juntar a eles e assim foi.
  Passara-se quase três séculos e Yuyuko nunca pensara encontrar-se perante o caixão daquela pessoa que tanto admirava.
  - Night Eyes! - Grita Tenshi cortando o silêncio.
  - Quis tratar do Lobisomem sozinha foi o que deu. - Comenta Ramon sarcástico.
  - Cala-te! Fez mais que tu seu imbecil! - Tenshi levanta-se para ir bater em Ramon.
  - Chega! - A simples exclamação de Lúcifer fez todos os presentes se encolherem.
  Uma presença passa pela barreira do edifício. Kira é o primeiro a senti-la.
  - Ele está cá. - Sussurra.
  Lúcifer e Deak levantam-se ao mesmo tempo. Os restantes materializam as suas armas.
  A porta abre-se. Uma brisa invade a sala. Kamiel aparece perto do caixão no mesmo instante que Clark, transformado, entra na sala.
  Bate a meia-noite.
  A rosa no colo de Night Eyes começa a verter um liquido vermelho das pétalas. À medida que o liquido escorre para as outras rosas brancas, estas tornam-se vermelhas e a rosa que chorava a tinta vermelha torna-se preta.
  Clark uiva ao soar a décima segunda badalada. A sala estremece, a tensão a aumentar.
  A última gota de tinta vermelha cai e atinge a única e última rosa branca que a absorve tomando a cor vermelha. As rosas começam a brilhar como rubis à luz do sol. O uivo de Clark extingue-se e Night Eyes abre os olhos da mesma cor vermelha das rosas.
  A atenção passa de Clark a Night Eyes que se ergue com as asas abertas a olhar para o céu. Do céu ela olha para Clark. No pescoço onde fora mordida tinha agora uma tatuagem que a ligava a Clark.
  Ela pega na rosa preta e espeta-a na tatuagem. A rosa torna-se roxa ao absorver a tatuagem.
  - Nunca serás meu Mestre.
  Estavam todos petrificados, como se o tempo tivesse parado.
  Night Eyes salta do caixão adquirindo a forma de lobo. Um lobo de pêlo preto azulado de olhos vermelhos.
  - Desafias-me? - Pergunta Clark alcançando Night Eyes.
  - Já o fiz desde o momento em que espetei aquela rosa.
  Aquilo que se ouvia eram apenas rugidos, pois eles falavam via pensamento pelo elo que os unia como Lobisomens.
  Encontravam-se agora no centro da sala, à volta do caixão, a rosnar um ao outro.
  Os olhos de Clark brilham e ele levanta as patas da frente em sinal de superioridade tentando rebaixar Night Eyes. Em resposta ela uiva bem alto e as suas asas de Anjo saiem do corpo. Clark abaixa a cabeça em sinal de derrotado.
  - Eu sou uma Híbrida, nunca me vencerás.
  - Eu voltarei para reaver o que é meu, tu. E da próxima vez pela força.
  Clark rosna a Lúcifer e desaparece.
  Estavam todos a olhar para aquele lobo com asas de anjo, uma negra e outra branca, no centro da sala.
  É Kamiel quem desfaz a tensão abraçando o lobo e afagando-lhe a cabeça.
  - Preocupaste-nos.
  Night Eyes volta à forma humana e abraça o pai.
  - Desculpa.
  O vermelho dos seus olhos desaparecera e voltara a ser azul.
  Tenshi corre para ela a chorar molhando-lhe o ombro. A pouco e pouco todos se aproximam dela abraçando-a.
  Tsubaki vai ter com Lúcifer ao cadeirão.
  - Isso é uma lágrima Lúcifer? - Brinca ela.
  - Ainda não te perdoei. - Sorri Lúcifer para si.
  Uma corrente de ar entra na sala e a rosa roxa voa pela porta até ao exterior até parar na mão da figura da capa que a guarda sorrindo.
  A tatuagem de Night Eyes, agora rasurada com um traço roxo, brilha em correspondência ao desfecho da rosa.

5 Comentários de "Zasshu (Hibridos)"

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Anónimo

hUM...Começou um tanto misterioso,hein?
Gostei de Hibrida,parece ter o tipo de personalidade que gosto em personagens.
Me avise quando postar os outros capítulos. :)
beijos e agradeço também por ler minha fanfic do Vampire Knight.
Mata né!

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Gostei =DD sempre que colocar um novo capitulo lerei ^^
Gostei dos dois personagens =D
Beijinhos

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mucho lol...
gostei muito da sua historia Cátia-san
super show... sempre virei aqui pra ver se postou outras historias...
muito boa
gostei
parabéns

kissus

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C.CMod

Obrigado meninas! São as maiores.

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Anónimo

Já vi que a Night Eyes fica com todas as "rabudas"...(gostei dela :D)